sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Insignificante passo para a humanidade, grande passo para mim

    Ontem fez exatamente uma semana que nos mudamos e ainda sinto uma sensação estranha de não pertencer a essa cidade. Alguns irão julgar isso óbvio e outros me condenar por não me adaptar rápido à uma realidade supostamente tão mais divina. 
    O engraçado é que esse sentimento, de certa forma incomodo, está intimamente relacionada com a perplexidade que ainda tenho cada vez que olho para qualquer coisa daqui: as crianças tão pequenas andando sozinhas nas ruas, a organização e limpeza da cidade, o aceno leve de cabeça que o desconhecido dá ao passar por mim, o pêssego maravilhoso, a senhorinha recitando poemas dentro do bonde (imagino que seja um poema), o cheiro familiar do pinheiro que está em todo lugar, as incontáveis pessoas sentadas ao ar livre simplesmente contemplando, a cor tão viva de tudo...  E isso eu não gostaria de perder!
    Não sei bem se pela minha cara de paisagem ou se pela minha tez ultra-bronzeada, tem acontecido com muita frequência de as pessoas me abordarem na rua para pedir informação. Só hoje foram duas vezes! Isso me fez pensar que se tantos já estão achando que sou daqui, eu também deveria catalizar essa perspectiva... mas como fazer isso sem abrir mão da pequena aceleração no peito que tenho ao levantar os olhos e me deparar com o do pôr-do-sol marcando de lilás a silhueta da cidade?


2 comentários:

  1. Lolo, se o sentimento de "fazer parte" significar olhar uma paisagem destas e achar normalzinho, então que você seja uma eterna estranha. Mas acho aqui que fazer parte significa muito mais saber ter este olhar tão especial sobre as coisas. Considere-se então uma cidadã ziriqueana! ;)

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  2. Helo e Vitão,
    Nada como sentir como é simples ser simples e natural em uma humanidade que poderia ser um pouquinho racional!
    Bjs.
    José Luiz

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