terça-feira, 22 de novembro de 2011

Luzern

   Não adianta bater que eu não deixo você entrar... ♫ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪....
   Quem se lembra do celebre jingle das Casas Pernambucanas e da promessa de aconchego no inverno que as imagens da propaganda traziam não pode entender de onde tiramos a brilhante ideia de sair de casa para passear ao relento num sábado que previa máxima de 2 graus. Mas explico que a ideia surgiu exatamente da visão meteorológica: Luzern era a única cidade próxima em que a previsão indicava sol.
    Lá fomos nós com todos os fiéis apetrechos da viagem de um dia. Pegamos um trem e em menos de uma hora desembarcávamos na cidadezinha... nublada. Às 11 horas da manhã os termômetros indicavam -1ºC e o vento... bem, o vento não indicava nada de bom.
   Demos o rolezinho tradicional no centro velho entrando em uma lojinha de 50 em 50 metros para não termos que passar por uma cirurgia de amputação dos pés.  Ao atravessar as ruas nos demorávamos atrás dos escapamentos e a nossa diversão foi imaginar se aquele sujeito em posição suspeita na esquina teria uma fumacinha saindo da bunda quando o seu pum escapasse. 
   Lá pela hora do almoço um raciocínio simples nos levou a uma pizzaria e, 15 minutos depois de termos terminado a refeição, à um café para devorar um apfelstrudel divino. Era evidente que naquelas condições precisávamos de, no mínimo, 7.985 calorias cada um.
   Já alimentados seguimos para os pontos turísticos da cidade. Fomos até o Leão Helvético e em seu poço joguei uma moedinha desejando voltar a sentir o resto do corpo e não somente a testa. Uma vez a simpatia não dando certo, entramos na igreja local para pedir mais diretamente ao Nosso Senhor que nos mostrasse as terríveis consequências do aquecimento global! Certamente Ele não nos ouviu pois no exato momento em que nos ajoelhamos para fazer nossas preces começou o interminável processo de afinação do órgão. Nota por nota. 
   Já era madrugada, 5 da tarde, quando decidimos ir até as muralhas da cidade e, ao invés de encontrarmos um cenário medieval, encontramos o esconderijo da Bruxa de Blair. Além do Vitão na versão "O Iluminado", é claro.
   Mas o que tenho de mais relevante a dizer é que mesmo no meio da névoa, Luzern é linda. E mesmo tendo passado o dia sem sentir o ar que entrava pelo nariz, gosto de pensar que esse tipo de recordação é que vai aquecer o nosso lar.
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Musiquinha das Casas Pernambucanas, nostalgia pura: 



O Vil Metal


"Distant ships sailling into the mist..."




Vitão Abajour

sábado, 19 de novembro de 2011

Obsessão

Deitado na noite tranquilamente
Tem os olhos fixados no infinito
E embora tenha atividade na mente
O pensamento só chega até o teto

Na cabeça giram assuntos distintos
Mas apenas um ocupa o seu tempo
Amor e ódio reviram seus intestinos
E agora há muito pouco a ser feito

-O que pensa, na morte da bezerra?
-Não, só no assassinato daquela vaca!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Planilho Sim - Homenagem ao Excel

Paródia de "Eu Bebo Sim" 
   => se não conhece a música clique aqui: http://www.youtube.com/watch?v=DU6TwSbxFp4 

Planilho sim
E vou vivendo
Tem gente que não planilha
E está morrendo (2x)

Tem gente que adora Power Point
Só não perde para o Word
Não calcula e formata mal
Pra poupar a loucura corriqueira
Ser fiel a vida inteira
Excel é que é o tal

Planilho sim
E vou vivendo
Tem gente que não planilha
E está morrendo (2x)

Tem gente que adora dar chilique
Pois no fundo de sua psique
Só tem atalho mirim
Mas essa gente
Quando tá com a mesa cheia
Fala baixo, não alardeia
Pede ajuda, até que enfim!

Planilho siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!

Planilho sim
E vou vivendo
Tem gente que não planilha
E está morrendo (2x)

Excel não faz mal a ninguém
Uma continha não debilita ninguém
Procv não faz mal a ninguém
(Power Point faz mal a saúde)

Somase não mata ninguém
Concatenar não prejudica ninguém
Desloc não machuca ninguém
(Power Point faz mal a saúde)

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E A LETRA DA ORIGINAL...

Eu Bebo Sim 

Eu bebo sim e tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo (2x)

Tem gente que já tá com o pé na cova
Não bebeu e isso prova
Que a bebida não faz mal
Um pro santo, desce o choro, a saideira
Desce toda a prateleira
Diz que a vida tá legal

Eu bebo sim e tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo (2x)

Tem gente que detesta um pileque
Diz que é coisa de moleque
Cafajeste ou coisa assim
Mas essa gente
Quando tá com a cara cheia
Vira chave de cadeia
Esvazia o botequim

Eu bebo sim e tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo (2x)

Bebida não faz mal a ninguém
Bebida não faz mal a ninguém
Bebida não faz mal a ninguém
(Água faz mal à saúde)(2x)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Ode à Alcachofra

    Obrigada, Alcachofra, por me lembrar qual é a sensação de comer com a mão e lamber os dedos. Por me proporcionar um momento ritualístico em plena quarta-feira. Obrigada por me trazer de volta o sabor quase raro de infância e por me forçar a usar o fio-dental. 

 Obrigada por não empunhar os seus espinhos a quem te devora. Obrigada por me disciplinar a comer com paciência, arrancando suas mil pétalas uma por uma.  E após a tortura implacável, por me premiar com o seu coração. Obrigada por me permitir deixar o melhor para o final e por me mostrar que pouca comida também alimenta. 

    Obrigada por jogar na minha cara que as flores duras, grossas e com pouca cor também têm valor incalculável.

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RECEITA DE ALCACHOFRA

Ingredientes

-4 alcachofras frescas e novas
-500g de carne moída
-1 cebola picada
-3 dentes de alho ralados
-1 colher de óleo
-2 latas de tomate pelado (uns 700g ao todo)
-Sal e pimenta a gosto

Modo de Fazer

-Lave as alcachofras em água corrente e deixe-as imersas em água por 10 minutos
-Refogue a carne moída em uma panela grande até que fique bem cozida e seca
-Abra um "buraco" no meio da carne para refogar ali a cebola e o alho no óleo. Quando a cebola e o alho estiverem douradinhos, misture tudo.
-Adicione o tomate pelado e a mesma medida de água. Despedace os tomates com a colher.
-Coloque o sal e a pimenta
-Escorra as alcachofras e abra as suas folhas o máximo possível sem que despedacem. Coloque-as na panela de forma que fiquem cobertas pelo molho.
-Deixe cozinhar com a tampa fechada por aproximadamente 1 hora.
-Na hora de servir, coloque as alcachofras no prato e jogue o molho com a carne entre as suas pétalas.

Modo de comer

-Lave suas mãos
-Não use talheres
-Arranque pétala por pétala e vá levando-as á boca como se fossem conchas com molho.
- Saboreie a carne moída e o molho que estão sobre a pétala, mas também raspe-a no dente para liberar a sua carninha.
-Cuidado no final porque perto do fundo algumas alcachofras têm espinhos. Se a sua tiver, retire-os cuidadosamente e parta para a melhor parte: comer o coração.... Uhmmmmmmmmm
-Lamba os dedos.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Homenagem à gentil estranha

No mercado diário cumpro o procedimento
Apanho o que me falta e a fila mais curta
Rápido me ajeito para evitar constrangimento
Apoio a bolsa sobre a perna torta
Carteira em uma mão, sacola na outra

Mas hoje no meu treino algo saiu errado
Viajando em qual nova palavra usaria
Alguém me cutuca e sorri ao meu lado
Sinto o olho arregalado e a mão fria
"Entschuldigung, não te entendo"
E pulamos para a mímica que vence a teoria

Ela tinha quatro itens, eu apenas um
Perto dos seus cabelos brancos
Minha cabeça parece não ter nenhum
Me ofereceu a dianteira
E um curso rápido da língua e da gentileza locais
"Obrigada, minha senhora
Pressa eu já não tenho mais"